terça-feira, 7 de dezembro de 2010
"Presidente" ou "Presidenta"?
Não, não, não é uma referência ao fato de que os candidatos ao segundo turno eram um homem e uma mulher. Infelizmente, parece que o assunto mais candente pós-resultado desta eleição é como se deve chamar a candidata eleita: "presidente" ou "presidenta". Não é incrível? Estou bege! Ainda que eu ache mais bonitinho falar "presidenta", até porque talvez acentue o fato de que é uma mulher, fala sério, isso não é o mais importante! As duas formas estão certas, mas é a forma que vamos ser representados o que realmente interessa. Tô tentando não esboçar minha preferência eleitoral, e se eu escorregar, por favor me perdoem. Sempre fui a favor de mulheres nos governos dos países, principalmente, além até de governos de estados e municípios. Tenho a impressão, sem ser sexista, longe de mim, de que mulheres negociam mais, guerream menos, pensam mais na questões sociais e humanitárias, são mais práticas em questões administrativas, preocupam-se mais com o meio-ambiente. Por favor, não sou feminista, não acredito em determinação genética ou do meio, mas me parece que algumas tendências se destacam nos gêneros e até nas culturas, e essas diferenças devem ser usadas a favor, e não negadas ou desvalorizadas. Eu penso assim. Mas também penso na necessidade de flexibilidade e respeito, quando se trata de representar e administrar pessoas. Não parece, mas advogados fazem isso o tempo todo, afinal, temos clientes com interesses diversos e, representando-os, temos que lidar com todo tipo de gente: promotores arrogantes, juízes mal-educados, delegados psicóticos, funcionários públicos frustrados, colegas desleais e uma população inteira achando que somos todos desonestos. Não é fácil! Mas enfim... ninguém melhor que nós para palpitar sobre políticos. E assim, creio que qualquer um com um discurso um pouco mais radical pode significar um risco real na administração do governo federal. Somos um país imenso, e é difícil cuidar de tudo isso. Quando vemos um país europeu, onde tudo parece muito limpo, organizado e funcionando direitinho, esquecemos que, às vezes, esses países podem ser do tamanho de um bairro de nossa cidade. Já pensaram que Portugal tem apenas 250 km de largura de leste a oeste? Pra onde vamos em apenas 250 km? Nem saímos do nosso próprio estado, quanto mais atravessar o país de ponta a ponta! E por isso, o controle social da administração pública fica muito mais fácil lá. É fácil perceber para onde foi o dinheiro, se construíram hospitais, se a polícia está aparelhada, se tem mais escola e se em cada escola tem mais professores, se as ruas estão asfaltadas e se a cidade do lado tem coisas melhores. É fácil perceber se cada funcionário público, inclusive federal, está cumprindo seu trabalho, e se cada eleito está cumprindo direitinho seu mandato. Tudo é mais fácil, porque como tudo é muito perto e como todas as pessoas estão muito próximas, são conhecidas, fica fácil de cobrar. Como voce faria, morando em Natal/RN, se quisesse falar com seu eleito deputado federal? Ou senador? Iria a Brasília, a horas de distãncia? Mandaria um e-mail, que jamais seria respondido? Tentaria telefonar? Num país pequeno, ele pode estar alí, do seu lado. Ou a família dele pode morar alí, do seu lado. O que facilita bastante. Já imaginou o mico, voce procurando a mãe do seu deputado federal, e dizendo pra ela que ele não tá fazendo nada que prometeu? Ou que tá roubando o dinheirinho suado do povo, inclusive o seu? E ela dando a maior bronca no cara, no almoço de domingo, na frente da família toda, falando que ele a está envergonhando no bairro todo, depois de séculos da família com o nome ilibado? É isso aí, é assim que funciona nos países europeus, no Japão, onde tudo é muito perto e visível. Mas aqui, com essa dimensão continental, tudo é mais complicado. E é por isso que devemos fazer uma vigilância mais cerrada, exigir, cobrar, interagir. Os sites que informo aí ao lado são para isso, pra gente saber das coisas e pra interferir, como por exemplo o site da transparência e o do gabinete do presidente da república. Além da "lonjura", tem a diversidade: lá neva, alí o inverno é quando chove, acolá faz 42 graus o ano todo, tem praia, tem montanha, tem deserto, tem onde se joga comida fora, e tem onde se come areia por não ter o que se comer, tem língua diferente, tem necessidades e entendimentos diferentes. E é aqui que mora o problema da inflexibilidade, nas necessidades e entendimentos diferentes. Com essa nossa diversidade, eu espero da nossa presidente/presidenta o respeito ao país que merecemos, incluindo aí preservação das culturas formadoras da nação, do meio-ambiente (acima até mesmo do pac), economia segura, crescimento sustentável, austeridade nas contas públicas, idoneidade e seriedade na administração pública e consciência de que é o povo, que trabalha muito, quem sustenta tudo isso, especialmente a Granja do Torto, o Aero-Dilma etc, etc... Espero também que a única inflexibilidade seja na postura de preservar, proteger e cuidar deste mesmo povo, ouvindo e percebendo suas necessidades, como uma mãe faria, já que ela mesma se posicionou assim, e não como um ditador poderia querer fazer. Em todo o caso, estarei vigilante, e voces também. Saudações acadêmicas!
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