quarta-feira, 6 de outubro de 2010

um jeitinho "neymar" de ser...

Ô, saudade de postar no meu blog!! Mas sabe como é, mulher criativa, esposa que gosta de cozinhar e não gosta que lavem e passem as roupas dos seus, profissional detalhista, mãe de filho asmático, filha de infartada, irmã de ciumenta, amiga de muitos amigos, ufa! é muita coisa pra uma pessoa só!! Sem esquecer que não posso perder a novela! Mas agora cá estou, e as idéias borbulham em minha cabeça. Como tive que escolher uma, embora atrasada, não podia deixar de falar de algo que abalou os meios esportivos paulistanos: a briga de Neymar, do Santos, com seu treinador. Aliás, a briga dele sozinho, tendo o treinador por vítima. Muita gente se chocou, alguns defenderam, outros procuraram justificativas do tipo "ele é jovem, ganha muito, ainda vai amadurecer", o time e a imprensa se dividiu, enfim, uma polêmica foi gerada, como se esse tivesse sido um caso isolado na história do futebol brasileiro. A polêmica é sempre saudável. Os orientais adoram crises, pois sabem que as coisas antigas e velhas são chacoalhadas e questionadas, e coisas novas e potencialmente melhores sobreveem. E o que eu acho que essa polêmica suscitou é a velha questão de sempre: para onde vão nossos jovens? O que aconteceu com a educação, o respeito, a moral e a ética?
Quando digo que o fato não é novo, posso citar a recente reação de ira do famoso Leão, ex-goleiro lendário do Palmeiras e da seleção, que lhe custou uma sanção no tribunal desportivo. Ou um pouco menos recente, nosso inesquecível Romário, que aplicou um bem alto e claro "voce sabe com quem tá falando?", ao policial federal da alfândega, na reentrada no Brasil, na volta canpeã da copa do mundo, indignado por  o estarem impedindo de entrar com objetos não permitidos por nossa legislação ou sem o pagamento dos devidos impostos. Até entendo sua atitude, afinal, como ele mesmo disse, ele ganhou a copa do mundo pra gente, o que custava deixar ele passar com alguns eletro eletronicos de última geração, perfumes e roupas, que ele comprou nos intervalos dos jogos na Europa. Ele não era um brasileiro qualquer, como nós, ora! Por isso, Neymar não é novidade. Esse jeitinho de ser não é exclusivo de um ou de outro. Mas resta saber porque acontece. Antes de tudo, esclareça-se que o que ocorre no esporte, é sempre julgado pelo tribunal desportivo, a não ser que ocorra algo muito grave, em termos de dano físico e material. Assim, cada jogador adversário, e o próprio treinador, atingido por um "filho-disso", "sua-mãe-é-aquilo", "vai-praquele-lugar", não vai à  delegacia fazer BO, mas pede para anotar na súmula do jogo (uma espécie de relatório) o ocorrido, ou denúncia à Justiça Desportiva o fato. E as sanções dizem respeito ao esporte, como afastamento, suspensão, até expulsão e proibição de participar de jogos oficiais, pagamentos de multa e outros. Voltando ao fato "Neymar", devo dizer que, pessoalmente, não acredito nessa coisa de amadurecimento, pra uma situação dessas. O amadurecimento faz com que nos controlemos mais e não percamos a cabeça com tanta facilidade, e falo isso de cadeira, de experiência própria (digamos que cheguei àquela idade em que voce fica mais tolerante...). Mas o modo com que perdemos a cabeça, o que fazemos no furor da discussão, ah!, isso vem da educação. É claro que o rapaz é jovem, está sendo idolatrado, tá ganhando horrores de dinheiro, e que é normal ele se sentir superior, invencível, inatingível, irresistível. Mas veja bem, ele não só insurgiu-se contra seu superior (problemas claros com autoridade), mas pasmem, ofendeu um senhor mais velho!! Tá rindo, né, tá me achando piegas e brega, né? Mas pára pra pensar: quando foi que voce, com mais de trinta e cinco anos, se viu ofendendo uma autoridade ou uma pessoa mais velha? Quando? E se fez, com certeza voce era o desgosto da família, o desajustado que era melhor não levar a lugar nenhum, pra não passar vergonha, não era? E isso a pouco tempo atrás! Agora fala a verdade, quando foi que nós começamos a aceitar essas atitudes, a perdoar isso? A achar normal que um cara que acabou de fazer dezoito anos, só porque ganha muito e joga o mesmo tanto (descontando as firulas desnecessárias e as caidinhas forçadas), pode fazer festas com mulheres pagas, provocar os adversários de forma acintosa e ofensiva (diria mesmo antidesportiva), a rasgar a camisa do clube e mostrar o correntão prateado no pescoço, no momento de erguer a taça de campeão? Quando foi que o arrojo, a genialidade, a prodigialidade foram confundidas com permissão para falta de educação? E quando foi que a idade foi desculpa para essa mesma falta de educação? Amo futebol e tenho muito respeito pelo Santos. Posso compreender as exigências de um patrocinador, forçando a exibição de um seu patrocinado (bons tempos em que o dinheiro não era suficiente para suplantar os bons modos), e até mesmo a inflexibilidade de um treinador sério, coisas que dificultam bastante uma negociação. Posso compreender a permissividade e tolerância dos pais das novas gerações, que querem dar o de melhor aos seus filhos e evitar todos e quaisquer sofrimentos, por menor que sejam. Posso compreender a bagunça na cabeça desse garoto, como na do antigo Romário e de tantos outros, com tanto dinheiro, mulheres, fama, mídia. Posso compreender muitas coisas. Mas meu coração de mãe só consegue pensar numa única coisa: SUPERNANNY NELE!!! Saudações acadêmicas!

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